sábado, 15 de junho de 2013

Alckmin defende Polícia Militar de São Paulo

A politização do debate sobre a incapacidade da PM de São Paulo em lidar com as mudanças em uma sociedade em processo de democratização só perpetua o problema. Ver a seguir:


15/06/2013 - 03h40

Alckmin defende PM, e ministro de Dilma ataca 'violência extrema'


 Um dia após a mais violenta reação da PM aos protestos contra a elevação da tarifa do transporte em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu a corporação e classificou como "político" o movimento responsável pelos atos.
A atuação da Polícia Militar anteontem levou a um embate entre tucanos e petistas.

 Alckmin disse que São Paulo tem "a melhor polícia do Brasil" e, atribuindo a violência aos manifestantes, disse que "não é possível permitir atos de vandalismo" e que "a polícia tem o dever de preservar o direito de ir e vir".
"Nós temos uma polícia que sabe trabalhar, preparada, aliás, a melhor polícia do Brasil", afirmou Alckmin.
O tucano disse que o Movimento Passe Livre, que já organizou quatro atos contra a alta das tarifas, "tem duas marcas": ser "político" e "a violência", com "atos de destruição" e "vandalismo".
Mas admitiu apurar eventuais casos de excessos da PM --que feriu não apenas manifestantes com bombas de gás e balas de borracha.
"Não temos nenhum compromisso com o erro. Exceção, se houve um abuso isolado, isso vai ser rigorosamente apurado", disse.
A atuação da PM motivou críticas de petistas --uma das fortes, do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, um dos nomes do PT cotados para a disputa ao governo paulista nas eleições de 2014.
Ele disse à Folha que as informações e imagens que chegaram ao governo federal mostram que houve "extrema violência policial".
"O que também nos parece absolutamente inaceitável. Jamais a polícia pode atuar de forma arbitrária e violenta, como tudo indica que parece ter ocorrido", disse.
A decisão do reajuste das tarifas, de R$ 3 para R$ 3,20, havia sido adotado em conjunto por Alckmin e pelo prefeito Fernando Haddad (PT).
O petista havia defendido a atuação da PM nos três primeiros atos do Passe Livre.
Ontem, o partido buscou demonstrar apoio a Haddad e criticar Alckmin. O PT paulistano divulgou nota criticando a "ação truculenta e sem diálogo" da PM "sob o comando das gestões do PSDB no Estado".
O secretário da Casa Civil de Alckmin, Edson Aparecido, rebateu as declarações do ministro da Justiça. "Quem quer ajudar de verdade não fica fazendo firula pela imprensa. Liga para o secretário de Segurança, liga para o governador", afirmou.
Aliados de Alckmin afirmam que o governo não pode e não deve retroceder no uso de força policial para conter os manifestos. Há, no entanto, orientação expressa para conter ao máximo o uso da violência, embora integrantes do governo assegurem que a Tropa de Choque, por exemplo, continuará a acompanhar os atos.
Há uma avaliação de que ceder à pressão dos movimentos passaria a ideia de descontrole. (FLÁVIO FERREIRA, ANDRÉIA SADI, DANIELA LIMA) 

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